ALB leva literaturas e lixeiras a praia de Ajuruteua

Um dos grandes debates sobre as academias de letras é com relação ao papel delas na sociedade.

Diante desta questão capital, o advogado Henrique Brito, que preside a representação bragantina da Academia de Letras do Brasil, saltou da observação para a ação real.

Há quase quatro anos à frente da entidade, a gestão dele desenvolve o projeto ALB vai à praia, que este ano se realizou pela terceira vez.

O projeto literário com inclusão de arte, cultura e sensibilidade ambiental é idealizado pela acadêmica Maria José Reis.

A ideia é trocar experiências literária com foco em artes e compromisso ambiental, envolvendo os acadêmicos, sociedade em geral em suas várias formas de pensar, agir no ambiente diversificado.

Dessa forma, a ALB propõe e fomenta interações de múltiplos saberes através de conhecimentos, que oportunizam dinâmicas, e possibilitam trocas de conhecimentos e experiências, reflexões e práticas interdisciplinares, sistematizadas e organizadas através de leituras, pinturas, oficinas de artes, com matérias recicláveis, confecção de brindes, obras de artes, com exposição ao público.

Além de oportunizar aos participantes saberes na construção literária, artes e cultura com compromisso ambiental, o projeto estimula nos participantes, a cultura da leitura, artes e valorização do meio ambiente.

Tomando como base o estatuto da Academia de Letras do Brasil- seccional- Bragança Pará, ALB vai á praia utiliza metodologias de práticas de leitura, artes e cultura, incluindo parceiros artistas de região Bragantina, turistas, e população local, , através de leitura, pinturas, oficinas de arte e cultura.

Pós-pandemia

Depois de dois anos de pandemia, o verão atraiu muita gente a praia de Ajuruteua, entretanto, as pessoas descuidam da higiene, tornando uma sujeira este cenário natural, razão porque este projeto é um alerta em defesa da natureza e da melhoria da qualidade de vida.

O foco foram ações educativas e criativas, ecológicas e ambientais, através de oficinas e jogos educativos para crianças e jovens, além de mutirões de conversas pedagógicas com moradores e visitantes da praia, incluindo a implantação de lixeiras em pontos estratégicos de Ajuruteua.

Durante dois dias, o presidente e as acadêmicas Maria José, Margarida Mendonça, Raélida Santos, Kátia Reis, com apoio dos acadêmicos Evandro Mesquita, José Carlos, Manoel Ramos, Kleber Piedade e Francisco Weyl, não mediram esforços para que as atividades previstas fossem realizadas, e envolvessem as pessoas da comunidade e visitantes da praia no sentido de formar uma consciência social em favor da qualidade de vida de Ajuruteua.

Programação

As estruturas do III ALB vai à praia foram montadas logo na manhã de sábado, dia 9 de Julho num terreno à beira-mar, em Ajuruteua, entretanto, uma forte ventania obrigou a desmontagem e transferências das barracas para outro espaço, a casa do presidente da entidade, que serviu de sede para edições anteriores do projeto.

Neste espaço foram realocados estandes e tendas para atividades culturais e oficinas, que se realizaram até final da tarde, encerrando-se com o lançamento da coleção Marias do Mar, da Multifário Arte, marca da artista visual Roberta Mártires.

De seguida, foram entregues e afixadas sete lixeiras na comunidade do campo d meio, praia de Ajuruteua, ato apoiado por donos e trabalhadores de estabelecimentos, moradores e visitantes, que se manifestaram para questionar a ausência do poder público especificamente diante desta questão ambiental que se está a tornar calamidade pública, principalmente nos períodos de grande afluência de público na praia.

À noite, foi realizado um jantar cultural, com direito à declamações de poemas e cantorias de música regional e xote bragantino, com o acadêmico Evandro Medeiros.

No dia seguinte, 10 de Julho, o projeto continuou suas atividades criativas e educativas com jovens e crianças, encerrando-se após o almoço na casa de Henrique Brito.

Economia criativa

O projeto ALB vai à praia também abriu espaço para a economia criativa, com a apresentação da coleção “Marias do Mar”, de Roberta Mártires, artista visual que habita Ajuruteua.

A artista realizou um Cortejo – Desfile da coleção de crochê criativo “Marias do Mar”, que se deslocou desde a Casa do Professor, percorreu ruas e areias da praia, até a casa do presidente da ALB, no Campo do Meio, pelas 17h do dia 9 de Julho.

E, nesse mesmo dia 9 também ocorreu exposição do grupo Mãos Habilidosas, que atua com artesanatos e pequenos objetos utilitários e domésticos feitos a partir de tecidos, barbantes, e outros materiais, na área externa da casa de praia do presidente da ALB, onde também foram desenvolvidas atividades lúdicas e criativas com jovens e crianças.

De acordo com o presidente da ALB, esta é uma forma exemplar da Academia assumir a sua responsabilidade com o Município e desempenhar o seu papel na sociedade, ou seja, saindo da zona de conforto, levando a ALB para mais próximo das pessoas, e defendendo a natureza e conscientizando as pessoas quanto à questão ambiental.

Ano que vem tem mais !

Fonte © Ascom/ALB-Bragança do Pará

Texto: Acadêmico Francisco Weyl

(cadeira N. 35 - Patrono: Raymundo Ulysses Penafort Albuquerque / Jornalista DRT-Pa 2161)

FOTO: Arquivo ALB